segunda-feira, 15 de abril de 2024

Casa Grande

Não se chega ao fim daquela ponte.

Ligam-nos, por querer, os nosso toques, e

Amputam os nossos olhares.


Pois, a cor tabuleiro ressoa em tons amargos.

Sangue e chá,

Respectivamente.

Uns tronco e chicote

Outros cama e afago.


Algo que não trago e

Tampouco consigo trazer

É que sendo RUBRO o sangue

Pintam-me por dentro PURPURO

E em ti, VERNIZ de grilhão.


Numa diferença rasteira

Que me lacrimeja a pele, em suor,

Num murmúrio egoísta 

De linho e algodão...

Que tu colhes, debaixo de sol.


Eu na varanda reclamando mormaço,

Numa agoniante dose quente de uísque!

A Casa grande e suas minúsculas agonias...

A casa baixa, minúscula, que de tão grande a agonia

Bifurca:

Chororô 

ou

Gritaria.

Ilustração - Casa Grande e Senzala (Freyre. 2003) 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Um pensamento refeito, uma cidade caótica.

Cidade... tudo converge para apenas uma direção e é lá que observo o pulso firme e forte da grande ferida da terra

cimento e vidas se erguem afim de tocar o céu, ruas se dobram e desdobram afim de desbravar a terra

semáforos  brilham  numa esperança de guiar. 

o pior é que espelhos monstrarm a soberba de quem perambula por ruas e becos. procurando algo em que se possam escarrar um pouco hipocrisia sem pitada de exitação.

Cidade cantada pelo mestre em que todos de cima sobem mais e os de baixo, devido o asfalto, sufocam.

Os rios correm de lá pra cá e só servem de lixeiro... sobre 4 paus, mulambos vivem do lixo alheio, sobre a baixa dignidade erguem um sorriso de esperança e é nesse ponto que eu quero tocar!

A cidade mesmo que cambaleante, é um lugar onde caminhando sobre degraus curtos pode-se chagar o céu.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Releitura

De tanto rasgar o bloco de notas e jogar fora, o Lixo já declama o mesmo trecho em três linguás diferentes.
(Hiato filho da puta)
Lixo, Castelo Rá-Tim-Bum 

Poeta

Portrait of Ambroise Vollard,  Pablo Picasso
Cabe ao poeta sucumbir.
Cabe a ele perecer em agonia,
Seco ou molhado.
Que tudo está solto.
Correndo na rua ou dentro de casa.
A loucura bate forte
Nocauteia a si mesmo
Num cruzado de fonemas e poemas indigestos.
Regurgita o cinza da cidade,
Engordando o colete amarelo e aprova
O à prova de balas do peito baleado.

Cabe ao poeta sucumbir.
Subir pelas paredes,
Dormir nas redes.
- Redes de noticia,
Redes de miudezas
de manias malucas. -

Códigos de honra.
Honra nos binários códigos.
Códigos.
"Sucumbir"
é o código do poeta:
"Cabe ao poeta sucumbir".

D(e/i)minuto

Reloj - Salvaor Dalí
São os muitos minutos
Diminutos,
Em seus sonhos de horas a fio
Catam o sono, arrumam o que fazer.
Perdem-se nos
Poucos segundos que restam…

De primeira vista já se vê:
Tantas segundas intenções,
Tantos terceiros,
Tantos milésimos de querer...

A cadencia do relógio nunca foi meu forte, 
Sei que é da direita pra esquerda… 
Esquerda pra direita? 
Direita para direita?  
Tem aquele cara que fala né? 
Que o tempo dilata…
Se dilata não sei.
Mas de lata deve ser
Ou de ferro, só pra passar… Enferrujar.
Se fazer inútil, pois o tempo mesmo é assim:
D(e/i)minuto.